CORDILHEIRA DOS ANDES

CORDILHEIRA DOS ANDES
Complexo Hoteleiro localizado na Cordilheira dos Andes, na estação Valle Nevado em Santiago do Chile - Foto 03.05.2012

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Os Limites da Tolerância

Recentes embates travados no meio acadêmico ascenderam os ânimos em torno da perda ou da inversão de valores afetos ao homem público, face a corrupção envolvendo a administração pública e da coisa pública. Estamos chegando ao limite da tolerância diante a promiscuidade política regional e nacional. A questão é: o político é reflexo do voto ou este é o destinatário dos incorretos modelos de gestão?
Percebe-se que a Governadora do Estado do Rio Grande do Sul, PSDB, eleita em 2006, reveste-se de títulos incomuns em ofensa a cordialidade e no relacionamento da boa vizinhança. Isto é tão verdade que em recentes pesquisas realizada nos 27 estados da federação, o Governo Gaúcho amarga o último lugar. Não é toa tal incômodo. Desde que assumiu o governo só arrumou encrenca, confusão, discórdia, intolerância de ambas as partes e com o maior número de trocas de secretários comparados com os últimos governos.
Esta semana, a presidente estadual do PSDB, Zilá Breitenbach, e toda cúpula do partido, resolveu expulsar quem denunciou a corrupção no Governo Yeda. Disse a digna representante do partido que era uma perda insignificante para o PSDB. Repito... Insignificante. Será inútil, insignificante alguém por denunciar a sujeira no corpo administrativo pública? Em que pese a moralidade, é obrigação de qualquer ocupante de cargo de governo ou de estado, zelar pela moralidade, legalidade, publicidade, razoabilidade, etc, princípios constitucionais que é dever do servidor público denunciar ou corrigir.
Evito aqui entrar no mérito do comportamento de denunciante das irregularidades na Administração Pública e levadas ao Ministério Público por meio de gravações. Se legítimas ou não, é outro tema do qual podemos nos ocupar em outro artigo. O fato que o atual governo do estado, crivado de conflitos, de arrogância, parte do princípio de que seu modelo de governo é único, o “jeito do PSDB de governar” focado em zerar o déficit público as custas do servidor público, levando a bancarrota colocando a máquina arrecadatória nas ruas sem medir as desastrosas conseqüências políticas, econômicas e sociais.
O Rio Grande do Sul que sempre pautou pela melhor qualidade de vida dos gaúchos, inverteu a ordem social. Hoje, possui os piores índices da malha rodoviária do país, embora com mais de 45 praças de pedágios. O sistema carcerário é o segundo pior da América Latina, perdendo apenas para o México. O pior programa de investimento social sem contar o decadente modelo de ensino público comparado a outros estados da federação brasileira.
A questão que se impõe neste momento único da política gaúcha é saber o que somos, para onde vamos e onde queremos chegar. O Rio Grande perdeu o foco e a direção.
O governo nasce do povo, pelo povo e para o povo. Ora, a democracia é poder. Se o poder é fruto do voto e o voto somos todos nós, em que momento erramos na escolha de nossos dirigentes, se é que erramos? Será o governo fruto da manifestação do voto?... Se assim for verdadeiro, é momento de reflexão para descobrir onde perdemos o valor da dignidade quando escolhemos a quem que não merece nosso voto.
São por atitudes como as do atual governo do estado que nos remete para uma profunda reforma de valores e, sobretudo, das peças que irão compor o futuro o parlamento gaúcho e brasileiro. Renovar toda estrutura administrativa governamental, escolhendo pessoas que nos são afetas, que nos permite voltar a acreditar no político como legítimo representante do incontrolável desejo de justiça e honestidade, não tenho dúvida, começa a despertar o eleitorado gaúcho. Não são só os partidos que impões as políticas públicas ao país através de seus agentes. São as pessoas que se revestem do poder legitimado pelo voto muitas vezes inscrevendo candidatos que não possuem qualquer identidade partidária. A corrupção política é fruto do voto. Mal eleito.... Mal representado... Consequências danosas de quatro anos de sofrimento e angúsutia. E-mail: cos.schneider@gmail.com Blog.: www.carlosotavioschneider.blogspot.com

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