CORDILHEIRA DOS ANDES

CORDILHEIRA DOS ANDES
Complexo Hoteleiro localizado na Cordilheira dos Andes, na estação Valle Nevado em Santiago do Chile - Foto 03.05.2012

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

A Partida de Auri Rodrigues

A Campanha eleitoral de 2014 símbolo perverso da manipulação social por meio dos institutos de pesquisa na indicação de resultados píficos, foi também evento que tomou nossa atenção suprimindo outros acontecimentos que nos causaram profunda consternação. Em nossa caminhada pelo campo terreno colhemos vários tipos de colheitas decorrentes da fértil plantação da semeadura em terra fértil, resulta em safra abundante ou nem tão fértil quando as sementes caem sobre pedras ou apodrecem pela inutilidade. Com nós, indubitáveis mortais acontece a mesma coisa. Somos a semente dos filhos terrenos. Esta semana, tomados de enorme surpresa, nos chega a notícia da partida para o Grande Oriente do nosso querido irmão, amigo, colega e leitor deste blog, Auri Rodrigues da SMJ Seguros. Durante seis (6) anos compartilhamos com Auri a academia da Universidade Luterana do Brasil - Ulbra Campus Canoas no curso de Direito, que ao final do curso, na formatura, foi indicado pelos 44 formandos como orador oficial da turma em 2009. Apesar da doença a que Auri estava acometido, nunca se ouviu, mas nunca mesmo, uma única queixa deste firme pilar sobre sua frágil saúde. Sempre disposto, solícito, questionador, querido entre todos, compartilhava com temas sempre importantes nas rodadas do cafezinho nos intervalos disciplinares da academia de Direito. Estamos todos de luto pela partida de um irmão, mas com a certeza que fica que nascemos para um dia nos despedirmos deste plano e ingressar para um lugar melhor. Um lugar sem conflitos, sem intrigas, sem mesquinharias, um lugar onde a luz se faz presente na plenitude da vida eterna. Auri Rodrigues sequer disse “adeus” mas tenho a certeza de que se pudesse diria “até logo”. Desde a concepção nascemos para partida. Seja para alguns mais cedo e outros mais tarde, mas inexoravelmente, o rastro da saudade que talvez o vento do tempo apague sutilmente dará lugar a outros emprestando o mesmo destino. Que o descanso seja eterno meu querido amigo Auri Rodrigues e que o conforte de seus familiares encontre em Deus, a esperança de vida plena na certeza do reencontro em algum momento no tempo e em algum espaço. A lição não fica só no fato de viver aqui mas sim e, especialmente os gestos de caridade, de amor como lição de vida que Auri teve de uma de suas filhas além de todos os seus familiares. Há que se dizer que tudo isto é um grande mistério que quem se prepara para vida, jamais temerá a partida, a morte, pois o descanso é o conforto na convicção do renascimento através da ressurreição, tal qual Cristo quado renasceu para vida. Mas não precisava ser tão cedo, mau amigo Auro. Porém, que o amor e a fraternidade nos emprestem a alma de sua vocação para que todos sejamos desbravadores das virtudes de um pai, amigo, irmão como foi Auri. Descanse em Paz Amigo. E-mail: cos.schneider@gmail.com

terça-feira, 7 de outubro de 2014

A Soberania do Voto como Povo Soberano

Povo Soberano? Quem teria sido o gênio que inventou esta expressão ímpar? Enquanto a fantasia dos ideólogos plantonistas manipuladores das entranhas políticas não descobriu a soberania do povo, este era feliz. Muito feliz. Trabalhava nos campos, nas diversas oficinas nos seus ofícios, não ouvia as deslavadas mentiras sobre a existência do povo soberano: o povo era poético; escrevia crônicas clássicas; descobria e desbravava novas terras, novos mundos, novos mares, novas teses, novos universos; ergueu as pirâmides do Egito sem cálculo de computador; criou a arquitetura grega; atingiu os altos picos da civilização sem a modernidade clássica digital. Essa maravilha das maravilhas que é Europa da Idade - Média, o Velho Mundo, a Velha Escola quando a Cruz e a Espada aliadas e irmanadas sob o símbolo máximo da Ordem Máxima foi obra do Povo. Do Povo Soberano. Que povo soberano? Não existe povo soberano até então? Se fosse soberano, seria o fim da soberania política e do político medíocre, inescrupuloso. Do nada, um dia começaram a dizer e mentir ao Povo que ele era soberano. E quando o Povo, convencido da sua soberania, na ilusão de que lhe era possível efetivá-la, a reclamou, e o poder constituído e legítimo se viram obrigado a reconhecê-la. O povo talhou por suas próprias mãos, a mais pesada, a mais execranda das tiranias. Nunca o Povo foi tão escravo como no dia em que começou a ser soberano! Quanto mais soberano se julga, tanto mais escravo ele é. Afinal, o que é a Soberania do Povo? Nada mais é que a tirania irresponsável e anônima. É a tirania de alguns ditos grandes partidos políticos. É a tirania das manobras dos clubes e dos grupos e dos cargos. É a tirania do acaso eleitoral. É a tirania do voto conquistado ou pela compra oculto do voto, ou pela vigarice, ou pela ameaça, ou pelo interesse mesquinho de uma elite política dominante inescrupulosa sustentada pelo sistema medieval, embora moderno. É a tirania do “Número” contra a “Razão”. É a tirania do “Número” contra a “Inteligência”. É a tirania do “Número” contra o “Saber”. É a tirania do “Número” contra a Bondade. É a verdadeira tirania da “Força” contra o “Direito”, contra a “Justiça” onde tudo pode e tudo vale. A soberania do Povo é a negação do próprio Povo, porque é a sua absoluta sujeição a mais covarde das tiranias: a do “Número” irresponsável e anônimo. Basta ver hoje nos telejornais, revistas e jornais do país, o resultado da soberania popular. Mentiras, roubos, desvios de condutas, corrupção política, compra do número em favor do voto. Nada mais anônimo do que o voto eletrônico. Ninguém tem certeza o que tem na máquina! As pesquisas anunciam os resultados das urnas, como foi na "Proconsult"; como foi no "Painel do Senado"; como é no Brasil. A soberania popular, a soberania do voto sabe o que depositou na urna eletrônica, mas não imagina o que dela sai. Soberania do Povo. Quem governa, no Povo soberano? O voto!. Quem decide sobre a Guerra e sobre a Paz? O voto!. Quem resolve os problemas da Educação, da Higiene, da Defesa Nacional, do Fomento, da Ordem, da Moral? O voto!. Quem julga o Passado do Povo? O voto!. Quem prepara o Futuro do Povo? O voto!. Quem aumenta os impostos? O Voto!. Quem fecha empresas e proíbe os Bacharéis em Direito a trabalhar? O voto! Mas quem é o voto? O voto é a mistificação legal. Quem governa, no Povo soberano, é a mistificação. Aqui, na República das Bananeiras onde o povo é soberaníssimo, existem convenções eleitorais em que votam os eleitores filiados, embora não tendo comparecido. Em Paris, por exemplo, em algumas eleições constatou-se que grande número de eleitores não residiam sequer, nas moradas indicadas, e ninguém sabia deles. Paris também terá sido escola? O resultado foi como se toda a gente os conhecesse na intimidade. E perante o resultado das eleições, se lia na mais ponderada e ortodoxa imprensa democrata, que o Povo soberano não queria o que os vitoriosos estão fazendo! Se a maioria, se o voto, se o número pertence à maioria da fauna demagoga. Que têm os democratas que discutir que observar que contrapor? Nada!. O Voto, o Número, a Maioria, numa palavra, a Democracia decidiu. Logo, aos vencidos cumpre obedecer. Mistificação? Sim, uma burla, um engano, para nós e, a quem nada repugna tanto, como ver o nosso pensamento dominado, como ver a nossa cultura vencida, como ver a nossa competência inutilizada por apenas dois, dez, cem, mil votos. Mas para os democratas, para os partidários do sufrágio do voto nos moldes atuais, do "Número", para os democratas — não. Esses devem sujeitar-se, submeter-se às conclusões lógicas dos seus princípios. Ou o voto só é bom, quando é a meu favor? O voto só é livre, quando vota em mim? O Número só é legítimo, quando está comigo? Não há mais movimento social reacionário. Faleceu a identidade do voto consciente, com poucas exceções. Povo soberano! O que fizeram do Povo, quando o proclamaram Soberano? O que era uma força útil foi transformado em degrau para os aventureiros, para todos os traficantes, para todos os comediantes sem escrúpulos e sem vergonha para todos os criminosos. Novamente a camarilha de cima, sufoca o povo soberano de baixo. Alguém teria coragem e ousadia em dizer se podemos mudar esta realidade com o voto, ou melhor, com o voto eletrônico? Voto Soberano! E-mail: cos.schneider@gmail.com