quinta-feira, 25 de julho de 2013
As Vozes do povo
A internet, neste início do século XXI se tornou em uma das mais poderosas ferramentas de comunicação através da qual a população mundial se estribou para manifestações em torno dos mais diversos temas sociais. Temas que afetam as comunidades virtuais e não virtuais. Indiscutivelmente o modelo político representativo vai sofrer profunda modificação no cenário mundial, sobretudo, quando se trata de questões econômicos, políticos, sociais e desenvolvimento humano.
A primeira e segunda campanha eleitoral de Barack Obama com cautelosa e eficiente utilização de redes sociais tiveram como destaque a Internet; O tema como “A Primavera Árabe” conhecida internacionalmente como uma onda revolucionária de manifestações e protestos em todo o Oriente Médio desde 18 de dezembro de 2010; as revoluções na Tunísia, no Egito, a guerra civil na Líbia e na Síria; os grandes e graves protestos na Argélia, Bahrein, Djibuti, Jordânia, Omã e Iémem, em menor escala no Kuwait, Líbano, Mauritânia, Saudita, Marrocos, Sudão e Saara Ocidental tem as redes sociais como protagonistas. Na mesma esteira da Occupy Wall Street, o movimento 15 M conhecido também como o movimento dos indignados espanhol além da recente mobilização brasileira chamada “Movimento pelo Passe Livre” são manifestações que explodiram a partir de uma nova realidade de organizações sociais, reivindicando novas modalidades de diálogo social com o setor público.
Para Castells, a «auto comunicação de massa», o uso horizontal da rede social aponta da Internet a «construtora da autonomia do ator social». Uma realidade que se faz presente e cada vez mais utilizada na proposição das mudanças necessárias e exigidas pela sociedade representativa.
As manifestações sociais, denominados também de movimentos de resistências se transformaram de tal maneira a ponto de questionar a legitimidade do atual modelo parlamentar. Um exército de brasileiros saiu às ruas para protestar e demonstrar que o povo exige respostas para os problemas sociais que repousam nas gavetas palacianas em dourado berço esplêndido.
As últimas manifestações ocorridas no país e que ainda estão efervescentes, requerem uma profunda reflexão em torno dos fatos constatados nas ruas do país. Recentemente o sociólogo português Boaventura de Souza Santos apresentou a análise de que os ciclos de protestos no Brasil podem retornar ainda mais fortes. Aliás, essa condição impõe uma reflexão pública sobre o tema.
Enquanto bancos públicos e privados abocanham bilhões de dólares por conta de dívidas governamentais mal contraídas como as obras nos estádios de futebol para a Copa do Mundo de 2014, escolas, hospitais, médicos, infraestrutura e logística, vivem a bancarrota dos investimentos.
As recentes disputas dos médicos brasileiros em concorrência com os médicos estrangeiros expõe realidade intrigante e mal resolvida. A pergunta que se impõe é: existe limite na oposição de exigências das entidades de classe na reivindicação de interesses próprios sobre a necessidade de muitos (povo)? A mesma pergunta tem como destinatário a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, que diariamente vem tripudiando e estuprando a Constituição Federal do Brasil (que promete defender com unhas cumpridas e dentes careados) e as Leis infraconstitucionais por conta da covardia e omissão da representação política? A exigência de requisitos formais como Exame de Ordem a fim de que os caros cursos de direito destinem um diploma útil ao seu portador é uma falácia. Estupro!
As redes sócias chamaram o povo às ruas para reformar o modelo político desgastado e instituições republicanas medievais. São as vozes das ruas cansadas. A Internet é a grande líder que esconde rosto, mão e pés, mas mudou o comportamento de jovens, idosos e só não resuscita os mortos para que ainda não encontraram o endereço dos cemitérios e crematórios.
O Judiciário brasileiro também foi alvo dos protestos populares e que ainda perduram. Julgados das supremas cortes ao arrepio da constituição federal, ofensa às leis, interpretações conforme. Ações que tornaram as instituições republicanas brasileiras reféns de seus próprios erros. Percebe-se com solar clareza que ressoam nas cortes as voracidades insaciáveis do fisco em abocanhar cada vez mais tributos a qualquer custo. Mudanças na estrutura nuclear familiar, atraque aos credos e culturas trazidos como patrimônio histórico da humanidade vilipendiados pela Corte Constitucional em seus mal julgados. São homens como todos os demais. As inevitáveis tendências e pressões sociais têm levado alguns integrantes das Cortes Judiciárias a lamentáveis decisões em seus julgados suspeitos. Infelizmente, Ministros dos Tribunais Superiores são indicados, nomeados por políticos, muitos sob suspeição de práticas de crime contra a administração da coisa pública, ainda se revestem como os arautos da ordem jurídica. E-mail: cos.schneider@gmail.com
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