CORDILHEIRA DOS ANDES

CORDILHEIRA DOS ANDES
Complexo Hoteleiro localizado na Cordilheira dos Andes, na estação Valle Nevado em Santiago do Chile - Foto 03.05.2012

sexta-feira, 11 de maio de 2012

O Medo da Competição

Ouço a muitos anos ditos populares que nos soam, por vezes, antagônicos comparados aos eventos do cotidiano. Alguns até duvidosos. Lembram-se daquele “Brasil. Ame-o ou Deixe-o”? Ou “Brasil, a beira do abismo” e o arremate “Brasil, um passo a frente”. A beira do abismo com um passo a frete, o suicídio, assim continuamos perseguindo o ilógico. A sociologia deve se envergar de dúvidas quando analisa o comportamento do brasileiro, sobretudo, quando se trata de enfrentar competições com vistas a encontrar alternativas que promovam o desenvolvimento econômico e social do Brasil, em especial no Rio Grande do Sul. Recentemente encerrou-se a temática “Desenvolvimento da Região da Serra e seus Arranjos Produtivos Locais – APL´s”, debatido no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Governo do Estado do Rio Grande do Sul na qual foi atribuído importância relevante em face de serra gaúcha se constituir um polo de desenvolvimento voltado a diversidade econômica. Parte-se, inicialmente, da indústria metal mecânica seguido pela mecatrônica, sem deixar desfocar os setores do agronegócio como as indústrias e cooperativas vitivinícolas e hortifrutigranjeiras com largo destaque a “indústria do turismo”. Ora, os ditos populares revestem-se do elemento motivacional, de protesto e do desafio. Entretanto, a sociedade gaúcha, de modo geral, estagnou seu processo produtivo em vários setores motivado por sucessivos erros políticos, econômicos, tributários, administrativos validados pela toga do judiciário. Aliás, há que se destacar neste espectro do judiciário, mais do que harmonizar a paz social e corrigir as distorções e equívocos patrocinados pela administração pública, a ela se soma validando seus atos duvidosos, causando sérios prejuízos, muitos irreparáveis a sociedade e economia gaúcha. Afasto-me dos exemplos por não ser objeto do texto, entretanto vale uma retrospectiva de cada um. Estava programada a edição para esse espaço, a abordagem sobre o comportamento social e político do vizinho Paraguai, que, com suas controversas ações em expulsar brasileiros das terras por eles ocupadas, sobretudo, gaúchos por conta do confisco, este país segue o mesmo comportamento dos demais protagonistas da América do Sul. Atos que contabilizam e evidenciam a tendência de seguir a mesma cartilha dos países de língua espanhola Latino Americanos em se apropriar do patrimônio alheio a fim de entregá-lo aos seus habitantes como atos recheados do populismo. Deixo de fazê-lo, entretanto, por razões fundadas no presente texto e pela relevância do assunto, que, diga-se de passagem, nos preocupa e muito. Volto ao título da matéria que se reveste de preocupante comportamento sociológico e político em solo gaúcho. Em tudo, inclusive no emprego, no mercado financeiro, no mundo jurídico, política, a competição deveria selecionar os mais competentes. Deveria! Nem sempre os mais competentes são os que tiram as primeiras colocações em concursos. É dogma. Muito menos os mais votados em época de eleições. Veja se o exemplo de Novo Hamburgo. Na política não é diferente. Quantos equívocos foram patrocinados pelos mandatários anteriores do Estado e do País que causaram danos letais a sociedade e a economia? Tudo ficou por isto. No que se refere novamente a Serra Gaúcha, um nicho de economia regional, assim como o setor coureiro-calcadista do Vale do Rio do Sinos, sofre significativa deficiência na possibilidade em aprimorar seu setor produtivo pelo medo das incertezas patrocinadas pela competitividade, tanto política quanto social. Longe estamos do desenvolvimento da indústria do turismo que tanto se invoca e pouco se faz. A copa do mundo vem aí. O Rio Grande do Sul ainda está “pensando” em se preparar para receber os visitantes das mais diversas localidades do globo. Estaremos preparados, ou vamos continuar competindo entre nós ao invés de somar esforços concentrados na propositura de nova matriz de desenvolvimento econômico e, sobretudo, social? Deve-se deixar de lado o dualismo de “maragatos e chimangos”, “gremistas e colorados”, “direita e esquerda” e somar esforços com toda comunidade para, realmente, propor um novo modelo de desenvolvimento econômico e social para o Estado do Rio Grande do Sul. E-mail cos.schnedier@gmail.com

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