CORDILHEIRA DOS ANDES

CORDILHEIRA DOS ANDES
Complexo Hoteleiro localizado na Cordilheira dos Andes, na estação Valle Nevado em Santiago do Chile - Foto 03.05.2012

quarta-feira, 9 de junho de 2010

As Armadilhas da Globalização.

Desde os meados do século XX e início do XXI, os movimentos sociais se agigantaram em torno do primado de submeter a Estrutura do Estado a um teste de resistência e competência. Houve quem dissesse que não é a pobreza que ameaça as democracias do mundo, mas sim a o pavor delas.
Recuperando dados históricos, vamos a 1930, um ano após o colapso da Bolsa de Nova York, quando aconteceu o fatídico episódio que colocou o frágil modelo econômico em "xeque mate", ocorrido em 1929. O descalabro modelo econômico arrastou a política à catástrofe global.
Hoje no limiar do século XXI não há quem desconsidere de que a economia tornou-se a unidade comercial do mundo e politicamente continua fragmentando sociedades, povos e países em detrimento do sofrimento, ajustes irregulares, interesses corporativos. As tensões do mundo estão expostas com suas feridas incuráveis. Entre dois desenvolvimentos opostos, estes provocam abalo em cadeia na vida da sociedade humana e continuará evoluindo enquanto não estancadas as regras da supremacia das grandes potências econômicas que visam tão somente manter sufocadas economias emergentes.
Embora a história não se repita, mas a guerra continua sendo a válvula de escape mais provável, quando os conflitos sociais se tornam insuportáveis, mesmo que custe guerra fratricida contra minorias étnicas ou contra regiões separatistas que pipocam no mundo inteiro. Aliás, há que se ressaltar de que a globalização não precisa levar necessariamente a conflitos armados. Entretanto tal situação poderá ocorrer caso não se consiga dominar as forças sociais liberadas pelo desenvolvimento da economia transnacional.
Sob esta análise nos surge uma preocupação latente ao constatar no andar da carruagem da política globalizada. Primeiro, os Estados Membros terão suas fronteiras de autonomia derrubadas por força de acordos e tratados internacionais, intencionalmente requeridas por conta do desenvolvimento econômico sem limites. Segundo, a tarefa mais nobre dos principais líderes mundiais, neste início do século 21, será o de restaurar o sentido semântico da figura do Estado e restabelecer o primado da política sobre a economia.
Não há resquício de dúvida de que, se isto não acontecer, a integração dramática rápida da humanidade pela tecnologia e pelo comércio, em breve levará a efeito contrário, causando uma espécie de “curto circuito” global. Será o choque cultural, religioso, econômico, territorial e tribal. Certamente aos nossos filhos e netos só restarão lembranças desta década, quando o mundo parecia em ordem e mudanças de rumo ainda poderiam ter sido possíveis. Ainda há tempo para o primado da ordem social.
Os fatores que motivarão às ruínas sociais se revestem de entraves não dos capitais propriamente ditos. Aliás, o conceito de capital aqui entendido, não é apenas aquele da moeda. Conhecimento, tecnologia, saber global, vale além da fronteira, que simples moeda. Empresas multinacionais e transnacionais migram de qualquer meridiano ou paralelo do globo da noite para o dia para outro despertar.
Certa feita um teatrólogo polonês sustentou de que “os camponeses pertenciam ao dono da terra e este aos camponeses; mas agora tudo está confuso, não se entende mais nada”. Com as sucessivas invasões de terras, entre elas, muitas patrocinadas por Comunidades Eclesiásticas de Base e outras pelos movimentos socialistas Ibero-Americanas, saltam aos olhos a fúria com que seus agentes investem para levar a efeito, as desastrosas conseqüências. Em 1995, o Presidente Francês François Mitterran, afirmou que “nossa indiferença constrangida mudou para uma indiferença presunçosa”. Embora tanto se assegure distribuição de recursos a países em desenvolvimento, o fato é que as estatísticas revelam que juntos, 358 bilionários do mundo são tão ricos quanto 2,5 bilhões de pessoas, ou seja, um terço 1/3 de toda população do planeta. Conceitue-se ainda de que a sociedade 20 por 80 representa que 20% da população do mundo estarão incluídas no mercado de consumo ao passo que 80% estarão marginalizadas. Parece ilógico seguir com tais políticas predatórias mundo a fora. Blog:.: www.carlosotavioschneider.blogspot.com E-mail: cos.schneider@gmail.com

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