Afastamento Temporário
Ao longo dos anos tenho me dedicado à esta coluna com o propósito de analisar e comentar atos políticos, jurídicos, tributários entre outras atividades públicas brasileiras e gaúchas às quais mereceram foco pela importância dos temas.
Chegou a hora de dizer um “até breve”. O interino se ocupará desta coluna até outubro. Junto com os outros tantos pré-candidatos com seus respectivos partidos, vamos participar da disputa eleitoral no Estado do Rio Grande do Sul. Esperamos que as eleições de 2010, consideradas pelo Tribunal Superior Eleitoral como históricas, sejam balizadas por condutas que engrandeçam os debates políticos, os embates temáticos permitindo à população gaúcha optar pelo que mais lhe convier e que melhor possa representar seus interesses. Que os homens e mulheres de bom senso, eleitos, olhem para os incrédulos eleitores e lembre deles após as eleições. Não com tapinhas e apertos de mão, o que também é educado. Mas com ações firmes de quebrar paradigmas, estabelecendo relação de fidelidade com o conteúdo de campanha.
É do jogo democrático a escolha dos dirigentes a conduzir a coisa pública nos próximos 4 anos. Espera-se, a exemplo do movimento social da “ficha limpa” exigida dos candidatos a cargos eletivos, que o eleitor também tenha a consciência soberana em não negociar seu voto. Pois de nada valerá exigir “ficha limpa” de candidatos a cargo público de um lado, se de outro, quem exerce o poder soberano, não seguir o mesmo comportamento em relação a eleição, livre e consciente de seu representante, sem a interferência do poder econômico, interesse pessoal, ou, até mesmo em promessa de ocupação de cargos públicos.
Homenagear o Estado Democrático de Direito através do exercício do voto, na escolha dos representantes do povo, certamente haverá de contemplar o espírito da soberania popular através do exercício da livre manifestação do pensamento e na busca de melhorar cada vez mais a construção de uma sociedade justa, fraterna e humana.
O processo eleitoral é do povo, pelo povo e para o povo.
Embora vivamos em pleno século XXI um dualismo quase que maniqueísta, o povo ainda guarda alguns sintomas de seu estado natural. Sim, porque os povos, assim como os homens em sua natureza, somente são de uma docilidade ímpar, quando jovens. Depois que envelhecidos, tornam-se praticamente incorrigíveis, mergulhados em seus costumes, enraizados em seus preconceitos, constituindo-se em um empreendimento, de certa forma, perigoso e inútil pretender reformar tal estado. É da essência humana, este comportamento. Razão porque as disputas eleitorais revestem-se mais do exercício pelo poder de domínio, como homem sendo lobo do homem. Exercer o comando supremo sobre as sociedades unitárias com identidade da matriz multicultural, é o grande desafio a ser absolvido pelo representante popular.
Não resta dúvida que estas eleições terão respeitável número de arquitetos a observar o tecido social bem como seu comportamento. Haverá a análise da sonda do solo pátrio, a fim de criar novas normas a reger a sociedade gaúcha para a modernidade. Como todo sábio a instituir reformas, não começa por redigir boas leis em si mesmas. Examina antes se o povo, a quem são destinadas as leis, está apto a aceitá-las. Não foi por acaso o pensamento de Platão, que recusou dar leis aos povos da Arcádia, na antiga Grécia e aos cirenáicos, povo pertencente a antiga Líbia, sabendo que estes povos eram ricos e não podiam admitir a igualdade. Aliás nada mais contemporâneo tal circunstância. A igualdade dentre os iguais.
Os tempos modernos parecem medievais, em que os valores de outrora restam superados. Tempos de hoje em que aluno ensina professor; filhos tomam o lugar de seus pais.
Esperamos que brilhe a constelação da democracia nas eleições de 2010. Que a “ficha limpa” irradie reflexos de luta gloriosa alcançada pelo eleitor, comprometido com a ética, a moralidade e a coerência no exercício do POVO SOBERANO. Blog:. E-mail: cos.schneider@gmail.com
quarta-feira, 23 de junho de 2010
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