Os veículos de comunicação gaúcha fizeram circular esta semana convocação feita pelo sindicato dos professores do Rio Grande do Sul, conclamando a categoria para greve dos professores lotados na Universidade Luterana do Brasil, em razão do atraso dos salários.
Curiosamente nos dias 10 e 11 de novembro, data marcada para a paralisação do corpo docente, via-se nos corredores da Ulbra, pequena mobilização de alguns jovens, que não se sabe de onde vieram, em ensurdecedora mobilização, mais perturbando a quem estava assistindo aula e aos professores do que movimento reivindicatório, que não era do aluno e sim do professor. Legítima a greve, mas é preciso respeitar a legitimidade de quem não pretende aderir ao movimento grevista e aquele que quer dar aula. O professor que deveria estar presente na greve, não esteve.
Sou parte da história da Ulbra, como aluno egresso desta universidade que me acolheu durante muitos anos como acadêmico. Uma universidade caracterizada pelo talentoso quadro de professores, pelos princípios que primam pela qualidade do ensino, sobretudo, pelo que representa a entidade para muitos acadêmicos egressos que buscaram conhecimento em seus bancos universitários e os muitos que ainda por ela passarão. Logo a mobilização anunciada pela mídia convocando os professores para greve, estes se mostraram solidários com os alunos em época de prova, decidiram permanecer em sala da aula em majestoso espírito sacerdotal de solidariedade de quem sabe que amanhã a situação será outra, mesmo com seus salários atrasados.
Muitas universidades passaram por turbulências econômicas - financeiras que devidamente atacadas, superaram as crises. Acredito que não será diferente com a Ulbra, até porque o quadro duvidoso desenhado pelos meios jornalísticos é bem diferente do quadro real que é mais ameno.
Há de se considerar que a instituição investiu em moderno hospital equipado com tecnologia de última geração para atender a todos os seus associados. Entretanto, aproximadamente 90% dos atendimentos feito no hospital são pacientes do SUS..
Com as instabilidades financeiras que abalaram o mundo do mercado de capitais, os investimentos também sofreram uma readequação e em alguns casos, desapareceram. Assim, as crises são cíclicas e a criatividade para sair delas neste momento está na capacidade de seus comandantes de enfrentá-la. Aliás diga-se de passagem que mares calmos não formam bons marinheiros. Nas tempestades revoltas é que se destacam os bons e verdadeiros marinheiros a fim de recolocar o navio na proa rumo aos portos desejados.
Portanto, tenho a convicção de que a Ulbra, considerada uma das melhores universidades do Brasil, deverá de reencontrar seu rumo. Assim esperamos. Aplausos ao corpo docente da universidade que sensível às angustias e dos investimentos dos acadêmicos permaneceram em sala de aula, ministrando as disciplinas o que mais uma vez demonstra de que a crise é passageiras e a educação jamais pode ser afetada por ela.
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quinta-feira, 13 de novembro de 2008
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