O homem como espécie, em estado social, tem natural direito de organizar-se na forma representativa de governo, estruturar o modelo político expresso pela manifestação popular envolvendo critérios sociais identificados pelos valores históricos, culturais, lingüísticos, geográficos, entre outros. Com base neste conceito, não há como negar que o modelo de estado federado brasileiro faliu. Autoridades políticas brasileiras que em sucessivos erros cometidos na condução da coisa pública pós- governo militar, resolveram tomar conta do quintal do país como a raposa do galinheiro.
O Brasil como gigante deitado eternamente em berço esplêndido, vem acumulando uma gigantesca dívida interna nunca verificada em governos anteriores. Beira a soma de 1 trilhão e 300 bilhões de reais devidos a credores internos sob as várias rubricas. Os compromissos financeiros externos atacados pelo atual governo, que resolveu pagar dinheiro barato aos credores internacionais deixaram uma grande dúvida quanto aos reais “interesses” desta operação. Por outro, paga caro pelos juros da dívida interna. Nesta seara, correm pelo ralo do desperdício dos cofres públicos mais de R$ 80 bilhões de reais por ano, dinheiro tirado do setor produtivo da nação na forma de impostos.
Com as reservas cambiais de mais de 200 bilhões de dólares o governo brasileiro investe forte em títulos públicos externos com rendimentos medíocres entre 2% a 3% ao ano enquanto a dívida interna bate com a água sobre a cabeça da iniciativa privada desacreditada dos gestores públicos. Aliás, os episódios envolvendo as instituições tripartites brasileiras, nos dão uma mostra da gravidade de conflitos institucionais que vive o país.
Não bastassem tais situações, Brasília ainda concentra propositadamente em sua sede administrativa, absolutamente todas as decisões dos comandos e diretrizes do país. Não existem mais partidos políticos regionais. As decisões econômicas, tributárias, sociais, ambientais, são regidas a partir de decisões tomadas por um parlamento que não faz a lição de casa. A guerra política inter regionais é sutil, disfarçada e perversa. A guerra fiscal é prática em atingir e dilapidar unidades federativas produtivas em favor de unidades aproveitadoras coletivas concentradas.
Aqui me rendo às manobras maquiavélicas da forma como políticos corporativistas do Norte, Nordeste e Centro-Oeste criam normas, instituindo regras na condução da coisa pública em favor de uma política social do Rio de Janeiro para cima. Um Brasil que vive do carnaval e do futebol, enquanto o outro Brasil, que deu certo, acabaram com esse. Neste país paga-se caro para trabalhar, quando teria que ser o inverso. A vadiagem, o crime, o roubo compensam. O trabalhador honesto que ganha seu pão no dia-a-dia é o bobo da corte. No passado por muito menos, o Rio Grande do Sul se insurgiu contra tais práticas com a Revolução Farroupilha, atacando os desmandos da Corte do Rio de Janeiro por muito menos. Os caudilhos da terra dos Pampas se renderam aos caprichos diplomáticos do centro do país. Por outro lado, reverberam por todos cantos da terra de Sepé, a hora de repensar a República Riograndense, pois o gaúcho nunca comungou com tais práticas abonáveis na administração pública. O caso Detran é exceção no Rio Grande mas é regra no Brasil. Afinal acamparam no Rio Grande os sofistas modernos ensinando políticas que acorrentam sistemas, desmontam estruturas históricas, atingem a honra e a integridade de um povo que escreveu as páginas da história na ponta da lança e da adaga. O estado gaúcho é governado por modelo que não pertence ao Rio Grande. Não sou brizolista, mas foi nosso último caudilho que abandonou seu posto antes do tempo.
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quinta-feira, 17 de julho de 2008
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