CORDILHEIRA DOS ANDES

CORDILHEIRA DOS ANDES
Complexo Hoteleiro localizado na Cordilheira dos Andes, na estação Valle Nevado em Santiago do Chile - Foto 03.05.2012

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Saúde Pública Brasileira

Fato curioso que ronda os ares de Brasília (e que não são só aviões como diz o pré candidato a Deputado Estadual Eugênio Spier da cidade de Picada Café) é a possibilidade de votação para instituir uma nova modalidade de CPMF no país. Aliás, já pagamos tão poucos impostos, mais um não faria tanta diferença (sic). Há que se registra que em nome da saúde pública são praticados os mais perversos crimes que causam arrepio ao mundo internacional. Claro, são práticas da própria administração política ao permitir além da bancarrota no atendimento aos pacientes em hospitais, a falência do sistema no atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde, sobretudo nos postos de atendimento e hospitais. Sucateamento que transformaram os hospitais em estaleiro para humanos. Ainda somada a esta grave deficiência a péssima remuneração paga aos profissionais do setor em todo país, fato que empresta motivação a migração dos profissionais da área para o setor privado.
Sabe-se que o País teve recorde de arrecadação com as contribuições previdenciárias obrigatórias recolhidas pelas empresas aos cofres públicos, fato que alias contribuiu para amenizar o déficit da Previdência Social do Brasil. As receitas líquidas (descontadas as transferências a terceiros, como Sistema S) atingiram R$14,4 bilhões no mês de maio de 2009, considerado pelos técnicos fazendários como o melhor resultado obtido em 14 anos.
Assim mesmo, a pressão política do Ministro Temporão, da Saúde, reclama diariamente da falta de verba para o setor, sugerindo a insistente volta da CPMF incidente sobre as operações bancárias, rubrica esta derrubada no início do ano. Quando da vigência da CPMF, os Ministros deveriam ter se posicionado na época de forma a exigir dos governos, tanto do Governo de Fernando Henrique Cardoso quanto do Presidente Lula as verbas decorrentes da arrecadação. Não o fizeram. Em vez disso os ministros se posicionaram como vítimas na ausência dos repasses, chegando em muitos casos a defender a instituição de outra tributação previdenciária, sob a denominação de Contribuição Social para a Saúde, a fim cobrir a bancarrota patrocinada pelos governos no setor de saúde pública brasileira, apesar dos recordes de arrecadação.
Pois bem... Diante do caótico quadro da falência do modelo de gestão na saúde pública, mesmo diante do volume recorde na arrecadação federal, extraímos alguns dados estatísticos de órgãos internacionais que nos fazem coçar a “orelha”. O melhor modelo de gestão em saúde pública comparado entre 125 países consultados no mundo vem de um país do gelo que é a Finlândia. Um país com uma população de 5,1 milhões de habitantes cuja dimensão geográfica é de 3.335 milhões quilômetros quadrados, com 61% de sua população vivendo nos centros urbanos. O segundo lugar é ocupado pela França, país que tem inovado no sistema de gestão na saúde de seus habitantes. O Brasil, de dimensão continental, com uma população beirando os 200 milhões de habitantes, ocupa o 123º lugar, a frente do Haiti e outro país de origem africana. Chega-se a triste conclusão de que, enquanto se compra aviões novos, viagens internacionais de custos estratosféricos, campanhas eleitorais que consomem cifras astronômicas de dinheiro, a saúde pública entra em colapso. Os cidadãos que dela se utilizam pedem socorro aos quatro ventos. Somos induzidos a acreditar que neste país, de tantas desigualdades sociais e regionais, de um povo que só quer que seu governo os respeite e apliquem os recursos que lhe são subtraídos, aos fins que se destinam. Será que isto é pedir demais? Cobra-se dos cidadãos brasileiros impostos tipicamente suecos em troca, recebem produtos e serviços africanos. Será que o próximo voto mudará os componentes do tabuleiro do cenário político brasileiro? Esperamos que sim.. E-mail: cos.schneider@gmail.com Blog: www.carlosotavioschneider.blogspot.com

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