CORDILHEIRA DOS ANDES

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Complexo Hoteleiro localizado na Cordilheira dos Andes, na estação Valle Nevado em Santiago do Chile - Foto 03.05.2012

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Tempestades no Piratini

Certa vez ao comentar assunto afeto a administração pública, o então Vereador Eugênio Spier do PTB da cidade de Picada Café usou do dito popular de que “tudo o que começa errado, termina errado”. Pois assim crescem as tempestades que inundam o Palácio Piratini desde que a Governadora Yeda Crusius do PSDB assumiu o governo.
Já na transmissão de cargo em 2007 após as eleições, os presentes na solenidade, puderam constatar a instabilidade e a indisposição da Governadora com seu Vice por conta de uma coligação que em nada representa identidade política. Aliás, é o preço que se paga ao rifar cargos políticos na administração pública em frágeis coligações.
A confusão começa antes mesmo da campanha eleitoral de 2006. O Governo de Yeda é de questionável formação e, de imprevisível conseqüência, tendo em vista que a coligação nasce intempestiva e equivocada. Equivocada pela composição com partidos sem identidade com o PSDB. Pouco ou quase nada tem em comum, partidos como PTC, PT do B, PPS, PL, PRTB, por aí a fora, senão o interesse em cargos públicos. Intempestivo porque a coligação foi levada a termo após o encerramento dos prazos das convenções partidárias.
O Partido Social Cristão – PSC também havia integrado a base da coligação também forjada. Este foi excluído da coligação por decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul, em processo autuado naquele órgão sob o número 577692006 em 2006, requerendo a exclusão do PSC da coligação com o PSDB por ter sido formalizada fora do prazo das coligações e ao arrepio da convenção do PSC.
O período das convenções partidárias para lançar candidatos a cargos eletivos, inicia no dia 10 e termina em 30 de junho em cada ano das eleições. Ora, a coligação de partidos com o PSDB que elegeu a governadora Yeda, foi levada a termo, contra lei, porque foi feita em 04 de julho de 2006, logo fora de prazo. Provado está nos autos do processo que foi formatada depois do dia 30 de junho daquele ano, quando já encerrado o prazo das convenções partidárias. Indiscutivelmente foi cochilo de muitos convencionais e partidos naquela época do registro de candidatura e de coligações, que poderiam requerer a nulidade do registro da convenção e da candidatura, em razão das irregularidades no procedimento do registro da coligação no órgão competente e consequentemente da candiatura da atual Governadora, cuja matéria “eleições” é regulamentada pela Lei 9.504/97 que foi desrespeitada.
Determinada a exclusão do PSC da coligação “Levanta Rio Grande”, conforme Acórdão do Egrégio Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul e confirmada pelo Pleno do Tribunal Superior Eleitoral é por óbvio que a coligação que elegeu a atual governadora, realizada fora de prazo, salvo melhor juízo, tem seu mandato questionado.
Desta feita, percebe-se que a executiva gaúcha está em uma situação complicada. Seu mandato ao principiar errado e parece terminará mal. Inusitado tal comportamento, por se tratar que o Rio Grande do Sul, um Estado que tradicionalmente pauta pela respeitabilidade de seus governadores, perdeu a referência ética. Não que o governo de Yeda não goze de respeitabilidade. Afinal, ela foi conduzida ao Palácio Piratini pelo voto dos gaúchos. Contudo seu mandato se reveste de grandes conflitos e corrupção na política gaúcha. A briga dala com seu Vice, se fez sentir novamente em outro confronto no encaminhamento de sua proposta do aumento de impostos ao Legislativo Estadual. O Vice Governador, astuto, foi às galerias do Legislativo em aberta campanha, contrária à proposta do Executivo, do qual faz parte e, ao final saiu vitorioso. Portanto, fragilizado o Governo Yeda e de seu partido, que compromete totalmente o propósito da reeleição em 2010. As tempestades que rondam o Piratini são de conseqüências imprevisíveis. E-mail: cos.schneider@gmail.com

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