CORDILHEIRA DOS ANDES

CORDILHEIRA DOS ANDES
Complexo Hoteleiro localizado na Cordilheira dos Andes, na estação Valle Nevado em Santiago do Chile - Foto 03.05.2012

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Impostômetro Brasileiro

O cidadão - contribuinte brasileiro goza determinadas garantias fundamentais dos quais não é informado que poderiam lhe permitir ações administrativas e judiciais na cobrança da correta aplicação dos tributos recolhidos aos cofres públicos.
Em matéria tributária foi objeto de notáveis ações de insurgência no passado, contra os ditos “calaveras” do poder que saquearam a guaiaca do povo gaúcho e que em nada mudou daqueles tempos até hoje. O povo vive sob a pressão da baioneta fiscalista. Só para se ter uma idéia, até o encerramento deste artigo, a União Federal arrecadou a título de tributos o equivalente a R$ 340 bilhões do período de 1º de janeiro até 20 de maio de 2009. Isto corresponde a uma carga fiscal nada menos ao equivalente a 39% do tudo o que é produzido no país. Para uma melhor noção, representa o recolhimento da maior carga fiscal do planeta. Os números mostram a dimensão do problema deste grave e histórico problema que inviabiliza qualquer projeto de investimento no país de médio e longo prazo.
Enquanto a União concentra centenas de bilhões de reais, o Rio Grande do Sul arrecadou durante o mesmo período 7 bilhões de reais, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário. Equivale dizer que cada brasileiro, independente de estar ocupado ou não, contribuiu com R$ 2.035,00 desde o dia 1º de janeiro até o dia 20 de maio de 2009 a título de tributos. Quando compramos o pão, leite, carne, material higiênico, papel, livros, combustível, lubrificantes, deixamos aproximadamente 40% de tudo o que ganhamos para os governos a título de tributos.
Cidades como Novo Hamburgo (R$ 139 milhões), Ivoti (R$ 12 milhões) Nova Petrópolis (13 milhões) , participam com números significativos na composição destes valores. Entretanto, os tributos recolhidos dos seus cidadãos, representam apenas 4,97% de todo o bolo tributário brasileiro.
Assim a farra tributária continua alimentando a leonina carga fiscal do país que vem castigando os contribuintes desrespeitando as crises econômicas, contrariando a produção de bens, alimentando o ócio de classes menos privilegiadas, enfraquecendo a indústria, a agricultura e a prestação de serviços gerando o conflito na cidade e no campo.
A sociedade brasileira eleita como o filão mundial do mercado de consumo, continua acometida pelas doenças criadas em seu próprio mecanismo representativo. Não há que se falar em desperdício de dinheiro público através dos abusivos atos dos governantes, antes de considerarmos o desperdício do voto em cada eleição. Se o país vive a decadência econômica e social é por conta do voto. Uma vez que conduzido o representante popular ao poder através do sufrágio, este está revestido das prerrogativas de produzir leis que afetam a todos, exigindo do contribuinte o cumprimento único e exclusivo do pagamento de impostos, agravado pelos baixos salários do trabalhador.
O Brasil de território continental é elefante branco deitado em berço esplendido, espelha futuro de grandeza medieval, ou melhor, esbanja grandeza com impostos suecos e presta serviços africanos. Assim, o governo é fruto do voto, no exercício representativo monárquico disfarçado de república. Afinal o político sabe quem são seus governados. E-mail: cos.schneider@gmail.com Blog: www.carlosotavioschneider.blogspot.com

Um comentário:

Felipe disse...

Complementando: a questão da tributação da poupança e a PEC 12 merecem um artigo.