quinta-feira, 21 de setembro de 2017
Entre a Rosa e a Bomba
Em 1993 passou pela cidade de Novo Hamburgo um extraordinário indigenista e pesquisador das causas indígenas da América Latina. Autor da Obra “O Ocaso Sangrento”, Alceu Krug Ferreira, popularmente conhecido como Alfer, morou em Novo Hamburgo por muitos anos com sua esposa de descendência francesa, uma senhor muito simpática de olhos azuis reluzentes.
Muitos anos depois de 1993, o encontramos na cidade de Ijuí onde nos hospedamos em sua residência, quando também abandonado por familiares muito próximos em um asilo nesta cidade. Por muitos anos o visitamos e ao final de sua vida, estava reduzido ao seu universo próprio isolado em seus devaneios e propósitos mal resolvidos e onde também foi a óbito.
Conto esta pequena narrativa da maravilhosa experiência que tivemos em momentos de convívio comum entre cidadãos identificados com as causas sociais, razão da esperança maior que todos alimentamos, um dia respirar ares saudáveis, de um país livre do odor moribundo das togas que acobertam a tirania, a justiça tardia, envergonham a justiça, a justiça do corporativismo; livre da tirania política, das instituições fétidas habitadas por malfeitores que ao longo dos anos tem destruído os sonhos e a esperança de milhares de brasileiros, ávidos por dias melhores.
O País vive em frangalhos. Um cenário patético de um Presidente da República repugnante, desenhando às sombras das artes de uma rosa, exalando um cogumelo da dor de destruição das bombas com efeitos piores do que as de Hiroshima e Nagasaki lançados em pleno terreno brasileiro a destruir a esperança dos milhares de brasileiros. O País vive em frangalhos, restos de uma república fratricida, coberta da imoralidade; de vampiros que na calada da noite erguem suas presas a sugar o sangue dos brasileiros insurgentes trazendo sob suas asas diabólicas, seus asseclas.
Tal qual a esperança de Alfer em perseguir a preservação das culturas características das comunidades indigenistas, a sociedade contemporânea está almejando medidas protetivas das culturas que identificam os diversos grupos étnicos do país. Estas culturas estão ameaçdas ou, em ruínas.
Revestidas das mais terríveis consequências sociais, a exposição das supostas artes no Santander Cultural, foi gota d'água da intolerância de quem reclama a tolerância. Arte é uma coisa e zoofilia, pedofilia é outra. Quem respeita pode esperar respeito e os limites da liberdade encontram fronteira quando a liberdade do próximo esta ferida. Se aos olhos dos adultos certas imagens causam impacto, por absorção de cenários, imaginem uma criança bombardeada, diariamente pela propaganda maciça do submundo da prostituição da violência! Nada se pode esperar desta geração senão, atos de absoluta insurgência civil.
Por que expor a sexualidade alheia pouco representa aos olhos de outros senão a sua própria. Aliás, crença faz parte da cultura dos povos e, protegidos constitucionalmente como cláusula pétrea. Sequer pode ser atacada por emenda a constituição. Portanto, inadmissível diante do cenário da intolerância contemporânea, impor a sociedade, atos de vandalismos, de ataques, aos praticantes da fé cristã, judaica, hinduísta, budista, por desagradarem às diversas comunidades defensoras a diversidade sexual. A humanidade parece viver o reino do individualismo ao impor a outros a sua vontade ditatorial. A democracia que vivemos atualmente no país é das minorias e não das maiorias. Está na hora de rever estes conceitos, sob pena de fomentar cada vez mais o ódio e a intolerância. E-mail: cos.schneider@gmail.com
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