quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
O Vício da Corrupção no Brasil
Países avançados colocam acima de qualquer suspeita, seus controles institucionais pelos auditores em um pedestal de enorme respeitabilidade e reconhecimento público que, em sua quase totalidade, garante a honestidade além do profissionalismo. Na Inglaterra, por exemplo, instituíram o Chartered Accountant. Já nos Estados Unidos eles têm o Certified Public Accountant. Uma mãe inglesa e pai americano certamente sonham com um filho que seja médico, advogado ou contador público. No Brasil, o contador público foi substituído lamentavelmente pelo engenheiro. Aliás há que se destacar algumas declarações hilárias da Presidente Dilma Rousseff ao afirmar que o Brasil não precisa de Advogados mas sim de Engenheiros. Complicado engolir tamanha imbecilidade.
Bons salários e valorização social em todos os campos das atividades econômicas, são requisitos fundamentais para todo sistema social funcionar e bem. No Brasil está se pagando e falando mal de nossos fiscais e auditores existentes que atuam em seu estrito cumprimento do dever funcional mas o país não tem o hábito de treinar profissionalmente os futuros auditores. Nos últimos nove ou dez anos, os salários destes profissionais públicos e fiscais têm sido congelados estupidamente assim como seus quadros, reduzidos o que leva a uma das razões do crescimento da corrupção em todas as searas não só políticas mas também institucionais. Como o custo da auditoria é grande, ou seja, para ser pago pelo cidadão individualmente, essa é uma das poucas funções próprias do estado moderno. Tanto a auditoria como a fiscalização, que vai dos alimentos e segurança de aviões.
Na política nãoé diferente visto que a descrença por ordem e sequestro dos canalhas corruptos, não se impõe, acarretando a banalização da corrupção, desde a era republicana do Brasil, ou ainda quem sabe, do período colonial do Pau Brasil. Por sua vez, o capitalismo remunera parcamente quem trabalha e ganha, mas não consegue remunerar quem impede o outro de ganhar roubando. Parece impossível acreditar que num país como o Brasil o vício da corrupção se instalou em todas as repartições institucionais republicanas imagináveis.
Inadvertidamente, há quem diga que não é papel do Estado produzir petróleo, mas ninguém discute que é sua função fiscalizar e punir quem mistura água ao álcool. Não serão intervenções cirúrgicas (neste caso leia-se CPIs- Comissões Parlamentares de Inquérito), nem remédios potentes (ou seja os códigos de ética), que resolverão o problema da corrupção em nosso país. O Vírus da corrupção não está apenas em quem está sendo corrompido, mas sobretudo, quem corrompe também. Não só no Governo Federal, mas também nos Estaduais e Municipais. Neste sentido, precisamos da urgente vigilância de um poderoso sistema imunológico para combater a infecção no nascedouro, como acontece nos países considerados honestos e plenamente auditados. Logo, poderia alguém alegar que o Brasil não é um país corrupto mas apenas um país pouco auditado? Talvez.
O controle passa necessariamente por entidades sérias, sejam elas de origem nacional ou internacional, mas nunca deixá-las sob a nau sem remo. Sabemos todos o que está errado neste país e a grande pregunta que precisamos fazer a nós mesmos é no sentido de que: será que não somos um povo omisso diante de tantos erros, ao passo de permitir a banalização da corrupção em todos os meios sejam, políticos, econômicos, financeiros, judiciais ou institucionais? Não somos parte deste problema? Quantas vezes falamos sobre o que está a nos incomodar (e sabemos o que está errado neste país) sem desencadear algum movimento reacionário. Não é só o político que é corrupto. O Vício, ou melhor, o vírus da corrupção está impregnado nos três poderes da república lamentavelmente. Aliás o político é reflexo do voto, da democracia, do poder. Se o Poder emana do Povo e exercido em seu nome pelo voto por seus representantes eleitos, é dizer que sistema é reflexo do seu povo, lamentavelmente. E-mail: cos.schneider@gmail.com
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