CORDILHEIRA DOS ANDES

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Complexo Hoteleiro localizado na Cordilheira dos Andes, na estação Valle Nevado em Santiago do Chile - Foto 03.05.2012

domingo, 11 de setembro de 2011

O Fim da Era do Calçado

O Fim da Era do Calçado.
A Cidade de Novo Hamburgo foi considerada no passado a Capital Nacional do Calçado e hoje vive um dos seus piores momentos econômicos da história desde sua emancipação de São Leopoldo. Isto, graças aos sucessivos equívocos patrocinados pelas administrações municipais desde em 1993. Há que se destacar ainda a grande responsabilidade do governador Antônio Britto pela decadência do calçado a partir de seu governo no Estado quando em 1995 tomou posse e que pouco ou nada fez para manutenção das indústrias calçadistas em solo gaúcho.
A Região do calçado, foi responsável pela exportação de mais de 2 bilhões de dólares em 1992. Foi sede também da mais importante feira do calçado do Brasil e do Mundo a Fenac. O recomeço talvez seja esta “Festa” do calçado, ato de desespero de quem tenta desesperadamente reagir. Os anos 80 se foram e com eles, uma era que nunca mais voltará.
Novo Hamburgo tropeçou e continua tropeçando em seus próprios desacertos. As políticas de inclusão social são extremamente necessárias, entretanto a via de crescimento econômico não suporta mais o este ônus. Nesta esteira a fuga do empreendedorismo da região do calçados para outros Estados brasileiros, sobretudo, o Nordeste do Brasil incentivado com financiamentos do parque industrial, capital de giro, redução tributária pelos seus governos estaduais, deixou um rastro de destruição no vale do calçado. E, convenhamos, vários outros setores seguem a tendência como a região dos vinhos que começam a se desenvolver às margens do Rio São Francisco.
A inércia do Governo do Estado do Rio Grande do Sul a partir de 1994 foi fatal auxiliado pela União no equivocado método de combater a desigualdade regional. Não entrar na guerra fiscal contra os outros estados da federação brasileira foi uma das conseqüências e responsável pela fuga de um cem número empresas e seus respectivos empregos para o Nordeste do Brasil, lavrando a economia gaúcha.
A astúcia dos governos do Nordeste pode ser considerada hoje o grande problema para os demais estados da federação brasileira assim como a China em relação ao resto do mundo. O Brasil não é um país homogêneo em suas políticas públicas. Patrocina o desenvolvimento em apenas uma ou duais regiões quando deveria ser de forma uniforme. A região do Norte, sobretudo, a Zona Franca de Manaus goza de renúncia fiscal no valor aproximado de 20 bilhões de reais aos cofres públicos em tributos federais. Assim mesmo, de forma muito equivocada, participa da partição do bolo tributário previsto no artigo 159 da Constituição Federal, a fim de combater as desigualdades regionais. Trata-se de uma afronta ao princípio da isonomia, sem contar os privilégios políticos. A simples isenção tributária para as empresas instaladas no Norte já não é um incentivo em si mesmo? Será que é necessário retirar dinheiro das regiões Sul e Sudeste a fim de financiar uma horda de descompromissados com a igualdade tributária brasileira do Sul e Sudeste? As potencialidades vocacionais regionais são sufocadas pelas políticas públicas e tributárias implantadas a partir do centro do país.
A Federação mutilada, uma realidade cada vez mais presente na vida dos cidadãos, se traduz no patrocino da guerra fratricida da economia brasileira. A retirada anual de mais de R$ 35 bilhões de reais da economia gaúcho a título de tributos, é fragilizar o investimento econômico, reduz drasticamente o investimento na área social, matando a galinha dos ovos de ouro dos estados produtores. Enquanto Brasília enriquece cada vez mais, os Estados e Municípios vêm amargando dificuldades latentes. Pior. Seus gestores respondem pelos escassos investimentos na saúde, educação, segurança e saneamento.
A queda livre no Vale do Calçado é retrato fiel do quadro da competição fiscal impresso em alto relevo insculpido por ferramentas que cortam o cerne da economia gaúcha agravado, cada vez mais, pela ausência de agentes competentes e ousados para patrocinar profundas mudanças no quadro da economia local. A China, em sua triangular operação despejando seus produtos de baixo custo tributário no resto do mundo, configura apenas aquilo que já sabemos: carga tributária de 40% do PIB contra 18% da China.
Conclui-se que os representantes políticos são fruto do voto... Da democracia... Do poder... Enfim, resultado do voto popular a fim de atender a expectativa dos seus representados. O Vale do calçado, com seus “lobies” políticos fracassados, fez terra arrasada em seu território, lavrada por decadentes políticas equivocadas. E-mail: cos.schneider@gmail.com

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