sexta-feira, 19 de agosto de 2011
A Matriz Energética Gaúcha
No momento em que o mundo sofre profundas transformações ambientais a mesma tendência segue o modelo de políticas econômicas responsável pelo financiamento dos projetos econômicos do futuro, cujo império encontra ameaça planetária nos dias de hoje.
Segundo alguns institutos, a China mandou recado para o mundo que deverá desenvolver tecnologia para explorar a energia solar nos próximos 5 anos. Seu maior problema num futuro próximo será o abastecimento de energia elétrica e matéria prima. Aliás, duas grandezas que afetarão o conceito produção de bens de capital naquele país continental.
No Rio Grande do Sul, por sua vez, a realidade é outra. Repousa aqui a maior reserva de carvão mineral do país. A energia eólica, já é uma realidade e se traduz na geração de energias limpas com sustentabilidade ambiental a incrementar nos próximos anos a instalação de novos parques de geração e distribuição de energia elétrica a partir dos ventos a fim de atender a demanda energética gaúcha.
Neste sentido o governo do estado voa atentando para o problema energético a fim de afastar o fantasma da falta de energia elétrica no Estado. Além do parque eólico já instalado na cidade de Osório, Tramandaí, iniciaram as obras do parque eólico da cidade de Santana do Livramento na localidade de Cerro Chato que deverá gerar 90 megawatts o que dará para abastecer mais de 500 mil pessoas, ou seja, quase seis vezes mais a população daquela cidade.
Evidentemente que estamos falando de energias renováveis e que, embora o maciço investimento no setor, não será suficiente para atender a expectativa do setor produtivo gaúcho para os próximos anos. Qual a estratégia ou alternativa para complementar o já escasso modelo de geração e distribuição de energia no Estado?
Como as hidrelétricas são responsáveis por grande parte de geração da energia elétrica consumida no Rio Grande do Sul, seguir a orientação chinesa de explorar a energia solar parece inviável face o elevado custo na construção dos painéis solares assim como o armazenamento. Diante de tais circunstâncias, é preciso lembrar que o Rio Grande do Sul armazena uma enorme reserva de carvão mineral em seu território. As reservas mundiais estão estimadas em 990 bilhões de toneladas, dos quais 29,8% estão na América do Norte, seguido com 32,95% na Europa e Antiga URSS, a Ásia com 31,4%, Oriente Médio, 9,3% e a América latina com apenas 1,81%, sem desconsiderar os 3,87% das reservas do planeta localizados no continente africano.
Com entraves ambientais que deverão merecer estudo mais aprofundado com relação ao impacto ao meio ambiente, deve-se considerar que a participação do carvão mineral na geração de energia elétrica mundial em 2007 foi de 42%, enquanto que o petróleo e a biomassa foram responsáveis por 7% da geração de energia elétrica. O gás natural gerou 21% da energia ao passo que as hidráulicas participaram com 16%. Fontes que se sobrepuseram à energia produzida a partir das usinas nucleares que foi de 14%.
Embora questionado seu modelo, o carvão mineral deverá ser responsável até 2015 pela geração mundial de energia elétrica, devendo alcançar em torno de 11 Terawatts/hora. Ou seja, será a maior fonte de energia elétrica do planeta no futuro.
O Rio Grande do Sul concentra 89% dos recursos minerais brasileiros, enquanto o Estado do Paraná armazena 0,5% e Santa Catarina o restante dos 10,5%. Em toda esta matriz energética gaúcha, dois aspectos devem merecer imediata atenção: a distribuição do produto e o preço. De nada valerão todas as riquezas se o povo, as indústrias, o comércio estiverem submetidas a preço vil, proibitivo no consumo da “energia” bem como a condução do produto por via eficiente e, sobretudo, tecnicamente equilibrada com o menor desperdício. É preciso que a energia elétrica chegue, além das cidades, ao campo com inquestionável qualidade e valores adequados a fim de se justifiquem os investimentos no setor. E-mail: cos.schneider@gmail.com
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