CORDILHEIRA DOS ANDES

CORDILHEIRA DOS ANDES
Complexo Hoteleiro localizado na Cordilheira dos Andes, na estação Valle Nevado em Santiago do Chile - Foto 03.05.2012

quinta-feira, 23 de abril de 2015

O Tesouro Perdido

O Tesouro Perdido Lembro-me da minha tenra idade dos 5 (cinco) anos em diante quando me era dado a oportunidade de caminhar ao lado de meu avô paterno e tios para acompanhá-los a lavoura, receber instruções sobre o plantio, comportamento do meio ambiente tal como direção e intensidade dos ventos, marcas da chuva anunciadas no horizonte prateado dos céus; o caderno de desenhos, os livros de figurinhas e álbuns para colorir na modesta e infantil criativa. Pois bem. Tombos de carrinho de lomba eram comuns mesmo que desprovidos de joelheiras ou qualquer outra proteção. Machucados eram frequentes, e médicos ou hospital eram raríssimos. Coisas de guri, de piá de interior e hoje aqui, na arte de acolherar ideias. Somos um exército de humanos que no tempo e espaço perdeu seus valores e suas referências. Os cérebros cada vez mais alienados abarrotados de problemas, de notícias ruins, de maus presságios, de fofocas, intrigas, acabando por se punir pela tortura cada vez maior do esgotamento. A tecnologia vem decidindo o que nosso cérebro deve focar, absorver, emprestar relevo e dizer como devemos viver. Será tudo isso a alienação humana a tecnologia quando deveria a tecnologia se alienar ao comportamento e vontade humana? Olhamos em nossa volta e nos entristecemos e muito. Infinita tristeza pela perda do tesouro perdido em algum momento da nossa história. Sim tristeza, medo do modo como as crianças, os jovens e adultos nos olham. Matar os pais, os avós, violentar crianças, sequestrar, roubar, enganar, passar a perna em tudo e em todos virou banalidade ridícula de notícias policiais esquecidas todas no primeiro intervalo comercial das telinhas de TV que pensa por todos. Agentes de trânsito multando infratores explorados, são funcionários das perversas indústrias das multas. Os policiais em atividade, são outra aberração em abuso de autoridade. Regalias em presídios são matérias votadas em reuniões associado aos Direitos Humanos em favor de criminosos e a exigência de deveres ilimitados para os cidadãos honestos. Não levar vantagem é ser um tremendo otário, além disso, pagar dívida em dia, é bancar o bobo enquanto isso anistia para os caloteiros de plantão. O que é isso, meu caro amigo leitor e leitora? Afinal, o que foi que aconteceu conosco? Onde vamos parar? Professores surrados em salas de aula e desamparados; comerciantes ameaçados por traficantes; grades nas janelas e portas. Nosso maior patrimônio, as crianças morrendo por balas perdidas ou ainda de fome. Que valores são esses? Carros valendo mais que um fraterno abraço. Filhos querendo-os como brinquedos na recompensa em passar de ano. Celulares nas mochilas dos pimpolhos recém-saídos das fraldas, além dos DVD´s, TV´s, Games, etc. E a pergunta “o que vai querer em troca desse abraço, meu filho?”. Nas faculdades suadas, mais vale um Armani a um Diploma; mais vale um telão do que um bom bate papo e boas gargalhadas; mais vale um baseado a um sorvete ou picolé; mais valem dois vinténs que um gosto. Será? Que valores são esses? São jovens ausentes com seus pais ausentes enquanto isso a droga presente. E o presente? Uma droga!. E Deus? Onde ele fica em nossas vidas? É de se perguntar: Quando foi que tudo isso sumiu e tudo virou ridículo? Quando foi que esquecemos o nome do nosso vizinho? Quando foi que olhamos nos olhos de quem nos pede uma peça de roupa, um pedaço de pão ou um calçado surrado sem sentir medo? Quando foi que nos fechamos? Queremos de volta a nossa paz, a nossa lei e ordem; a liberdade com absoluta segurança. Queremos tirar as grades de nossas janelas e portas em troca de flores e plantas ornamentais. Sentar nas calçadas de nossas casas de portas abertas em noites de verão. Vamos combater o “Ter” e enaltecer o “Ser”. Exigir o retorno da verdadeira vida, simples como a gota de chuva cristalina, limpa como o céu de abril e, leve como a brisa da manhã. Simples assim. Ter muita compreensão e fraternidade e demonstrar indignação à falta de ética da moral e do respeito. Queremos voltar a ser “gente feliz”. Construir um mundo melhor, mais justo, humano, onde as pessoas respeitem as pessoas. E-mail:cos.schneider@gmail.com

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